quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Verdades parenterais XXXVIII

Com sorte, me tornarei como o mar, onde os dias não contam e o vento é louvar.

Assinado por Renato Cresppo



Verdades parenterais XXXVII

Daqueles dias perdidos correndo atrás do vento, suplicando um beijo, querendo mais cem, dormindo e acordando sedento.

Assinado por Renato Cresppo



Verdades parenterais XXXVI

O amor que fugiu de mim irá voltar na direta proporcionalidade da dor que a instaurou.

Assinado por Renato Cresppo



segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Verdades parenterais XXXV

Nas verdades impressas por entrelinhas quase nada escapa pelas mensagens não lidas.

Assinado por Renato Cresppo



terça-feira, 24 de outubro de 2023

Verdades parenterais XXXIV

Para que servem os dentes da incúria se não sabem mastigar a realidade da vida?

Assinado por Renato Cresppo



quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Verdades parenterais XXXIII

 Quando se chora em lágrimas vertentes, o corpo torna-se uma ventania de sentimentos mal arrumados.

Assinado por Renato Cresppo



quarta-feira, 19 de julho de 2023

Verdades parenterais XXXII

Lastro que não é lastro não equilibra nem navio; sem mastro, as digitais em traços de algoritmos não deixam rastros. Navegar é preciso; a internet irá vetar até o juízo.

Assinado por Renato Cresppo



Verdades parenterais XXXI

O tempo passa, e ninguém nota que o seu segredo, é um delírio noturno de silêncios.

Assinado por Renato Cresppo





Verdades parenterais XXX

Todo o tempo passa, para varrer a memória do seu silêncio.

Assinado por Renato Cresppo


Verdades parenterais XXIX

A solidão é a gravação da razão, no coração.

Assinado por Renato Cresppo


sexta-feira, 28 de abril de 2023

Oblívio no engano X - TESTEMUNHO

Se tudo o que sinto
É solidão
E a dor com que pinto
O coração
Não sei
Mas sei
Que provo essa distância
Entre mim e a tua fragrância.

Dias houve em que foste real
Nas portas do meu olhar
Mas eu como um rural
Não te soube encontrar
No sal do mar.

A noite dos teus cabelos
São o sol do meu tear
Que a sede de tecê-los
Em brocados de luar
Roca o ar

Se tudo o que falha
É a paixão
E a dor que se encalha
Por ilusão
Não sei
Mas sei
Que tudo em mim renovo
Ao provar como te provo

Na doçura da pureza
Na candura da certeza.

Assinado por Renato Cresppo


Verdades parenterais XXVIII

Inteligibilidade no olhar é, no amor, a mais absoluta libertação.

Assinado por Renato Cresppo


Verdades parenterais XXVII

A sonolência do tempo é a altivez de todo e qualquer lamento.

Assinado por Renato Cresppo


Nas teias de uma alucinação delírica - VI - OSCULAÇÃO

Por entre os sopros, as seivas que são lágrimas, vão e voltam, na não complacência dos chiados que são gritos, alumiando inquebrantáveis, quase que implacáveis - estes teus belos lábios que no ósculo se deflagram.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 18 de abril de 2023

Verdades parenterais XXVI

A vida que se deduz, é o silêncio da luz que, interiormente, reluz, para nos matar a fome de amor que nos consome com a sua dor.

Assinado por Renato Cresppo


Verdades parenterais XXV

A métrica da vida, em versificação, é o desaguar em potencialidade hidrelétrica.

Assinado por Renato Cresppo


quarta-feira, 22 de março de 2023

Verdades parenterais XXIV

Um voo vertiginoso, elegante e singular, e cada vez mais veloz, será da alvorada em revoada o desígnio do próprio destino.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 21 de março de 2023

quinta-feira, 2 de março de 2023

MELOPEIA

Na filosofia do gesso
a Razão vira do avesso
quem nasceu por acaso
em fundos de prato raso,
em figuras de estilos,
nas cantilenas dos grilos
que não se cansam de rugas
nem do peso que alugas
aos fatos do corpo velho
e aos pactos da quietude
que, ao nada, aconselho
e, ao tudo, que mude
sob alarmes de pujança
e rituais de elegância
que, na profunda esperança,
são esperas de arrogância.

Assinado por Renato Cresppo


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Verdades parenterais XXII

A poesia é a árvore da vida. Cada palavra é um ramo, cada folha é um verso, cada fruto é um poema.

Assinado por Renato Cresppo


sábado, 18 de fevereiro de 2023

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Verdades parenterais XX

A bebedeira do meu último suspiro será a última melodia que remará com a brisa do tempo.

Assinado por Renato Cresppo


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Verdades parenterais XVIII

A odisseia de outrora far-se-á, inexorável e fatalmente, na ignomínia do porvir.

Assinado por Renato Cresppo


Nas teias de uma alucinação delírica - V - O COPO CHEIO DE UM CORPO VAZIO

Este copo cheio de ti
Saúda a memória do teu corpo em festa.
Bebo-o, trago a trago,
Como se fosse os pingos do teu cabelo molhado,
Como se cada gosto seu
Fosse o desgosto do teu aceno.
As lágrimas do teu olhar
Bebidas por estes olhos de gelo,
Fogo que não se vê. Ardem.
São álcool que queima este silêncio.
Bêbado de ti, encharco o tempo,
Este tempo sem ti, sem o gosto deste copo vazio.
Gota a gota, perdeste o sabor,
Mas em cada lágrima que ouço à noite
Vai um rio de nada. 
Um corpo de voz.
Um copo de foz.
Uma foz de tempo.
Vazio. O corpo.
Vazio. O copo.

Assinado por Renato Cresppo


sábado, 4 de fevereiro de 2023

Nas teias de uma alucinação delírica - IV - A FLOR DO TEMPO

Sempre que caminho pelas ruas do tempo, sinto num recanto interior, muito bem escondido, um pequeno jardim com uma única flor plantada pelos filamentos da idade. Umas vezes acendem-se, outras, apagam-se. Nas esquinas do tempo, onde o passado anseia pelo futuro, há um osso de saudades que me recuso a roer. Nunca nos terminais do destino encontrei razões para que a flor se tenha recusado a florescer. É um jardim triste, apesar da muita música com que festejei a alegria de a ter comigo. Embora o tempo seja eterno, eu não o sou. Será que ela o será? A velhice não me apoquenta. A flor provoca-me com tratados de incompreensão.

O corpo vai adormecendo, pouco a pouco, mas ela continua, interna e sorridente, perante o desespero de não encontrar a semente justa que seja o alimento que a desperte e me emagreça a tristeza que me enfeita os lábios das dores, flocos de neve que se vão derretendo, ao sentirem os fios solares soprarem-lhe as últimas gotas de vida. Talvez, eu seja um floco de neve que, ao derreter-se, liberte, finalmente, a glória perfumada desta flor que me desconhece e que não chora, sendo um sonho que a morte do meu tempo conduzirá, certamente, ao seu florescimento triunfal. Porém, eu não sou quem pareço, e a flor não o sabe. A bebedeira do meu último suspiro será a última melodia que remará com a brisa do tempo.

Assinado por Renato Cresppo



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Oblívio no engano VII - OS DESCENDENTES DO TEMOR DA VIDA

Pertenço ao cantinho dos vultos que estendem a mão ao Futuro, porque o passado os transformou em descendentes do temor da vida. São apenas números no arco do triunfo dos endividamentos, santificados pelo ostracismo a que são vetados todos os que não se abrigam nas cavernas dos que sopram os ventos da sua estabilidade, graças à instabilidade dos que professam as magias falsas da salvação cotidiana. Cansei-me das cantigas dos que louvam as louva-a-deus dos mandatos irrefletidos nos espelhos das vaidades individualistas dos que fingem que são, o que não sendo, passam por ser o livre arbítrio das mentiras que cheiram às lixeiras das verdades em que já ninguém acredita, a não ser eles mesmos, agarrados que estão, aos fluídos endividados das suas dúvidas abstratas, defendidas pelos carrapatos das ignorâncias ideológicas e pelas realidades que são o monte Evereste da falência coletiva. Não importa afirmar que não somos o que éramos noutros tempos, importa sim avaliar o que seremos se continuarmos a ser a fundição dos planos, fundidos nas sepulturas da mendicidade coletiva no reino dos reinados abstratos. Pouco me importam as vigílias dos cérebros empedernidos na vigência de um reino simulado. O que se aclama não são realidades, mas abstrações de cérebros conflituosos e de afrontamentos paralisados pela ignorância de uma fragrância luminosa. Quando todos acordarmos para a claridade da nossa sina, saberemos ouvir no fragor de um desmoronamento, o quadro simbólico de um retângulo ridículo, esfumando-se na espuma da inexistência. Será a água e não o azeite que virá ao de cima. Eis a verdade de uma outra verdade que a verdade não deixará omitir.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Verdades parenterais XVII

Só se avalia um adeus quando as portas de uma despedida se abrem à solidão do silêncio.

Assinado por Renato Cresppo


Pinceladas de uma Intimidade Liberta - III - O RITMO DA CIRCULAÇÃO

Soprando os sopros de fumaça de um Fortuna, um tabaco espanhol razoavelmente agradável, encontro-me sentado em um dos degraus da Astra Theater Bellaria, e enquanto apago a guimba no degrau inferior, ouço os sinos que anunciam o início de mais uma das suas sessões. O som transporta-me a um destes dias em que seguia no trem da linha Ferrara-Rimini, batia a noite o seu turno. A composição parou na Estação Bellaria. Dela, saiu uma jovem de cabelo encaracolado, blusa esverdeada e calça jeans. Parou defronte de uma das janelas do trem e, com o olhar inundado de tristeza, enviava, com as pontas dos dedos, beijos soltos de saudades súbitas, a saltitarem de frescuras imensas. Sem que pudesse evitar, fui contagiado pela tristeza e embalsamei, no meu olhar, Cupidos do tempo em que amei amores que não sei. A separação denotava desejos de uma união que se fortalecia na coragem de viver cada minuto, cada segundo, os pequenos e eternos prazeres de abraçar os abraços da ternura e de beijar os beijos das suas intimidades. Só se avalia um adeus quando as portas de uma despedida se abrem à solidão do silêncio. Parte-se para um destino concreto, embrulhado em palavras de segredos e mistérios que acondicionam o regresso ao parque dos sonhos que nascem e reconfortam o corpo entre os lençóis de uma ausência, distância imaginária que, em um dia qualquer, levantará o nevoeiro que paira sobre a fluidez de uma chama amante que amanhece ao entardecer.

Estas sequências de uma peça de teatro que se repetem em muitas sessões, são, inúmeras vezes, pausas de um tempo que escapam aos seus enquadramentos, ameaçando as debilidades da sensibilidade amorosa com a secura de paisagens que amolecem em transições de luz baixa, transcendendo as realidades com os subúrbios dos esquecimentos, dos abandonos que ferem e desarmam todo um futuro que, subitamente, é passado.  O trem reacendeu a sua circulação e, com ele, recomeçou o ciclo das vidas dos que nele ficaram. Observei a agilidade do tempo que, no seu bojo, transporta milhares de atores que representam o seu papel neste grande palco da vida que veste o universo com as partículas da nossa bioeletricidade. Somos amantes, amados ou não, porque esse é o ritmo do nosso coração.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Verdades parenterais XI

O SIMBOLISMO POÉTICO DO TEU OLHAR É O SORRISO DA FLOR QUE SE OFERECE AO AMOR DA VIDA.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 10 de janeiro de 2023

domingo, 8 de janeiro de 2023

Nas teias de uma alucinação delírica - III - O ALAÚDE E EU

Estou sentado em um degrau de um dos prédios de uma rua do centro storico de Rimini. Do meu lado esquerdo, encostada à porta, jaz um velho alaúde; do meu lado direito, sobre o degrau, descansa uma garrafa de vinho tinto seco que vou bebericando de quando em vez. Os meus olhos, ligeiramente enevoados, acompanham o estranho movimento ondulante da rua. Tento pensar em algo que me distraia, mas os pensamentos, primeiro, aglomeram-se, incandescentes, depois, esfumam-se como se fossem argolas de fumo, construídas à partir de um cigarro que se imagina, de um tempo que se evapora por entre os passos tumultuosos de corpos que se envolvem com os ritmos da noite, em um frenesim de contos inacabados. Coloco o alaúde entre as minhas pernas, afago-lhe o corpo envelhecido pelo uso e permito que os meus dedos perturbem o sossego das suas cordas, sequiosas de propagarem pela noite os poemas sonoros do seu encanto. O alaúde e eu somos um corpo único, beleza das belezas musicais que bandos de jovens vão ouvindo, passando, ou sentando-se, à nossa frente, em um semi-círculo de jovialidade noturna. Os meus olhos fixam-se em uma janela de um prédio diante de nós. Abre-se, de par em par, deixa que os sons penetrem de mansinho pelos sonhos de um sono desconhecido. Dos meus dedos soltam-se notas que, de início, flutuam, para, depois, voarem como pássaros em busca dos seus limites despovoados, essa sensação de liberdade que envolve as pupilas do meu prazer e desfilam como imagens cinematográficas de um filme em que o argumento é este vagabundear sonoro pelas veias da vida. Há jovens que bebem, há jovens que dançam por dentro das suas memórias difusas, como que espelhando pela noite dentro as sombras vinícolas dos seus desejos mais ardentes. Uma espécie de magia negra apoderou-se do meu corpo que, lentamente, se foi diluindo até que, eu, e o alaúde, em metamorfoses de um tempo desconhecido, abraçamos o voo discreto do corvo de Poe que, sobre o parapeito da janela, segredou aos ouvidos da noite, "nunca mais". E nunca mais, eu, e o alaúde, somos.

Assinado por Renato Cresppo


sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Verdades parenterais IX

A VIRTUDE DE SE SER QUEM SE É, LEVANTA O NEVOEIRO DA ALMA, E DEVORA, AO ESQUECIMENTO DA MEMÓRIA, A TRISTEZA QUE NOS COMEMORA.

Assinado por Renato Cresppo


quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Revisão

EM BOA VERDADE VOS DIGO QUE TAL COMO AS REVISTAS DO ANO, TAMBÉM EU, REVISITEI TODA MATÉRIA ESCRITA PELA MINHA PESSOA, RENATO CRESPPO, NOS MEUS BLOGUES "AFLUENTESPOETICOS.BLOGSPOT.COM", "ALGUMASASPAS.BLOGSPOT.COM" E O "ETIPSEADERAM.BLOGSPOT.COM" ENTRE ABRIL DE 2015 ATÉ A PRESENTE DATA DE 04 DE JANEIRO DE 2023. NADA MAIS ME RESTA DO QUE DESEJAR A TODOS OS HABITANTES DESTA PÁGINA E DOS DEMAIS BLOGUES, BOAS SAÍDAS E BOAS ENTRADAS E UM ANO NOVO RECHEADO DE COISAS BOAS.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 3 de janeiro de 2023