Que sombras serão estas
Que em fomes de medo
São as fugas desertas,
As verdades falidas
Dos escombros humanos
Que entre a solidão
E a foz noturna
De suas peles sedentas
Buscam no corpo amante
O amor derramado
Pela poesia do canto?
São o coro e o manto
Que apelam, argutos,
À esperança da morte,
Pelos dentes da vida
Que corroem essa sede
Que o eterno mata
E deslumbra, co´o fogo,
O rufar dos encantos,
A poesia da manhã,
A flauta dos segredos
Que em notas de frescura
São as asas fogosas
Da nossa liberdade.
Assinado por Renato Cresppo