sábado, 31 de dezembro de 2022

Verdades parenterais VII

O PULSO GERA A VIBRAÇÃO; A VIBRAÇÃO ECOA E REVERBERA, TRANSFIGURANDO-SE EM ENERGIA.
A ENERGIA ALIMENTA A VIDA - O AMOR ALIMENTA O PULSO.

Assinado por Renato Cresppo


quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Verdades parenterais VI

AMAR A LUCIDEZ DE UMA PÁGINA, EM BRANCO, É ESCREVER, NELA, O AMOR DO FUTURO SOLAR.

Assinado por Renato Cresppo


terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Verdades parenterais V

O ESPERANÇOSO E MAGNÂNIMO VÔO DE UMA AUSPICIOSA BORBOLETA É, PARA A INCREDULIDADE DA LAGARTA EM MUTAÇÃO, A MIRAGEM ATEMORIZANTE DE UM FUTURO SEM GRILHÕES.

Assinado por Renato Cresppo


Verdades parenterais IV

SE HOJE FOSSE UM SONHO DE ONTEM NUM APOTEÓTICO SOL DE AMANHÃ, O PERDURÁVEL DOS DIAS SERIA UMA UTOPIA DISTÓPICA NOS ECOS DO TEMPO.

Assinado por Renato Cresppo


segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

sábado, 24 de dezembro de 2022

Verdades parenterais I

EM LAPSOS DE MEMÓRIA, A INOCÊNCIA PERDIDA É O VÁCUO DA DOLÊNCIA NA INEVITÁVEL, VASTA E LONGEVA SOLIDÃO.

Assinado por Renato Cresppo


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Spiaggia Libera Luce sul mare

Estou deitado sobre a areia. De volta à cidade que por tempos vivi, visto uns calções curtos, azuis com listras brancas, e uma camiseta preta. Calço umas velhas sandálias, as quais nem me recordava possuir. A noite está quente apesar da estação. Escrevo, em um caderninho de capas pretas, os sinuosos caminhos da floresta agreste que desabrocham nestes cansados olhos azuis, nesta barba hirsuta e branca, neste peso de quase alma, neste corpo de reflexo de tempo. Estas linhas de tinta fresca são um corrimão de pensamentos soltos que se entrelaçam com a memória lívida dos passos, leves e curtos, que descrevem a fluidez sintética de uma vida singular rasgada pelas folhas soltas de um plural anêmico. Com estes dedos delgados e surrados pelo longo tempo de ofícios manuais, que tanto amaram, escrevo o braseiro em que se diluiu a arquitetura de um romance coalhado de sombras e de cinzas, na estética de um balouço amante. Estes traços que componho, na surdez desta praia, são os vincos de uma frigidez que me assolam esta carne, fogosa e carente, com a timidez de palavras rústicas e com a fragilidade emocional com a qual rebusco cada cântico desta sonolência à flor da pele. A elegância da noite revela-me a pobreza do meu tempo e assusta-me, com a clareza do seu hábito, esta presença solitária no recanto de uma praia que é a fluidez dos meus afetos. Levanto-me, recolho os meus pensamentos, e encaminho-me para o Molo di Ponente. Não espero muito tempo. Entro e sento-me num lugar, resguardado pelo prazer do seu isolamento. No Le spiagge del porto, apanho o autobus 45 - Panzini/Arno - até à Via Vittor Pisani. Atravesso a rotatória, entro na Via Silio Italico, e chego, a casa, conformada com os caprichos da solidão. Dispo-me, tomo uma ducha rápida e preparo uma refeição ligeira. Depois, sento-me no sofá e, sob os clarões sonoros de "Violator", do Depeche Mode, escrevo no meu caderninho com a suavidade de uma brisa tranquila as imagens deste passado que germinaram em futuro. 

Assinado por Renato Cresppo


domingo, 18 de dezembro de 2022

Torço pelo futebol

Que não haja ilusões! 
Se o selecionado argentino não vencer o seu jogo de hoje, a final do Mundial de futebol de 2022, no Catar, não será mais do que uma triste miragem. Que a psicologia da ambição funcione, que os jogadores se transcendam e façam o que têm a fazer: vencer o jogo.
A consistência do meio campo aumenta e o ataque melhora, além da postura de um herói, sem dúvida alguma, com um magistral Lionel Messi. A história será escrita hoje, porém nada apagará a genialidade, a entrega e o talento de um dos maiores jogadores de futebol da história. Acresce-se o fato de que Egrégora alviceleste criou uma forte postura, física e mental, que lhes é fornecida pelo tipo de campeonatos e a raça com a qual jogam. A exclusão, contudo, ante o fato da grande euforia daqueles que contrariamente querem ver a derrota de Messi, para mim, é um mistério.
Que vençam! É tudo quanto se lhes pede.

Assinado por Renato Cresppo



sábado, 17 de dezembro de 2022

Insípido soneto

Neste estado de revolta aguda
há sinais de sadismo sedentário
contra os velórios do corpo agrário
que nem a sede do tempo escuda.

E por muito que a refrega ossuda
cinja Esparta à fome gregária,
há os ciclos da mesa perdulária
que nem a ciência vulgar estuda.

Numa escola de profetas atentos
há profecias de amargos lamentos
que Atena, vaga em doces afetos,

Jaz, precária, em talentos de vida,
e, expulsa, da purga esquecida,
a sabedoria voraz dos insetos.

Assinado por Renato Cresppo