Caminhamos jovens, velhos,
lamentos de sutilezas
pra apagarmos às tristezas
os cacos dos vis espelhos,
pedaços de carne viva,
segredos de alma cativa
que a Morte nos arquiva
pra sermos memórias fúteis
em lavas de tempo, inúteis
por sabermos que a vida
é uma visão esquecida,
boca trêmula que grita
contra a dor que nos agita
entre os dedos de uma fera
que devora à noite antiga
a ilusão de uma espera
com a raiva da cantiga
que todo o vento mastiga
para em sonhos de verdade
cuspir o fogo da idade
e sorrir à mão amiga
que afaga a espiga
e nos aquece a vontade
de sermos tudo o que somos
no sumo claro dos gomos
depomos.
Assinado por Renato Cresppo.

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